Um bom estado de saúde está ligado diretamente à qualidade de vida que nós fazemos. Este foi o principal recado que a nutricionista Geisa Moterani deu durante a palestra sobre "Alimentação Saudável e Saúde" que ela proferiu para o grupo de Ginástica do Núcleo Cometa Alegria patrocinado pela Fundação de Esportes de Londrina e também para mulheres da comunidade do Distrito do Espírito Santo, em Londrina, no dia 28 de outubro, na sede do projeto.
Geisa chamou a atenção das participantes para as rápidas mudanças no estilo de vida e no modo de produção dos alimentos. Ela observou que atualmente as pessoas estão com o tempo mais voltado para o trabalho e com pouco tempo para o preparo de alimentos em casa. Por outro lado, disse, a produção de alimentos, com novas tecnologias, tanto no campo com na indústria, proporcionou novos maneiras de se preparar a comida e de se alimentar. “Antes, por exemplo, um frango para ir para o abate demorava meses, era um processo lento. Hoje, com a ajuda da genética, dos hormônios, antibióticos e rações, a ave é abatida muito rapidamente”, comentou.
Se por um lado a produção de alimentos ficou mais acelerada e a oferta maior, a qualidade do produto em relação ao que se tinha no modo de produção antigo, fica a desejar. “As coisas ficaram mais fáceis, mas muito da qualidade do alimento se perdeu. E quanto mais processado é o alimento antes de chegar ao consumo, maior é a perda de sua qualidade”, afirmou.
Um exemplo simples dado pela palestrante foi o caso do suco de laranja. Os industrializados, disse ela, estão carregados de conservantes, corantes e outros produtos químicos que garantem sua armazenagem até a hora do consumo. Já o suco da fruta espremido na hora apresenta um teor de vitamina C muito maior, e que vai se reduzindo rapidamente em contato com o ar. “Mesmo assim é preferível um suco natural na lancheira do filho do que uma bebida industrializada”, recomendou.
A nutricionista observou que com este novo modo de produção dos alimentos a ingestão de calorias ficou maior e mais rápida. Junto com elas, disse, as pessoas estão ingerindo mais sal, mais gordura hidrogenada e açúcar em excesso. Por outro lado, o consumo de fibras foi reduzido. Tudo isso, segundo ela, reflete diretamente na saúde das pessoas. “Sem fibras, por exemplo, o intestino não funciona bem, o que pode acarretar uma série de problemas. Para se ter uma ideia, o intestino é um órgão que produz mais serotonina (um neurotransmissor que está ligado ao estado de humor das pessoas e ao prazer)”, comentou.
Segundo Geisa, o reflexo de uma alimentação não saudável no corpo é muito grande, e pode ser o responsável pelo surgimento de doenças cardíacas, de câncer, doenças gastrointestinais, doenças emocionais entre outros problemas. “Sem falar que a alimentação é a base para a reposição e formação das células, além de ser fundamental para o fortalecimento do sistema imunológico”, disse. Por isso, a recomendação da nutricionista é para que as pessoas procurem se alimentar com produtos mais naturais, evitar o excesso de sal, de gorduras e de açúcar. “O correto seria não comer açúcar nunca, já que podemos retirar o açúcar que precisamos das frutas e de outros alimentos sem adicionar o produto”, observou.
Outra recomendação importante dada pela nutricionista foi sobre o consumo de água. Ela observou que é preciso consumir mais fibras, mas com isso também aumentar o consumo do líquido natural. “Pouca água no organismo vai dificultar o bom funcionamento do intestino”, comentou. No entanto, alertou Geisa, o consumo da água, e de outros líquidos, deve ficar longe da hora das refeições. “O estômago é a primeira barreira que nosso corpo tem em caso de alimentos com algum problema. Se ingerirmos água junto com a comida, o ácido do estômago que faz esta proteção é diluído e não vai produzir o efeito protetor que tem”, afirmou.
Aliado à boa alimentação, a nutricionista recomendou a prática de atividades física para garantir uma boa saúde. Entre tantos benefícios que os exercícios fazem ao corpo, ele também ajuda a fixar o cálcio que consumimos durante a alimentação, disse.
